Resumão Coachella (dias 4, 5, 6 e 7)

No acampamento não foi tão fácil como pensávamos conseguir rede e carregar o notebook então rolaram poucos posts que Ceará fez pelo iPod. Vou fazer aqui um resumão do festival.

Chegada
Antes de viajarmos passamos de carro em Beverly Hills e seguimos até a praia de Santa Mônica. Estacionamos o carro usando o parquímetro e fomos passear pela orla. Não tava nem muito quente nem muito frio e com o sol bem aberto. Acho que só nesse momento encontramos os primeiros brasileiros da viagem, o que pra mim foi surpreendente. A praia é bem bonita e cheia de gente fazendo caminhada ou exercícios. Tiramos a foto obrigatória nos postos de salva-vidas como aqueles do Baywatch e seguimos ao Walmart para comprarmos o restante das coisas para usar no camping. Pera ficou muito entusiasmando com a variedade de produtos e com os preços e ficou querendo levar tudo para Aracaju, de potes de mostarda a bolas de baseball. Compramos água, isopor, salgadinhos, geléia, pão, papel higiênico, papel toalha, etc. Um outro grupo viu nosso carrinho e falou "aposto que vocês tb estão indo ao Coachella". A viagem foi sossegada com exceção de um congestionamento chato que pegamos na saída de Los Angeles. Montanhas nevadas, usinas eólicas e vegetação atípica deixaram o caminho muito interessante. Na chegada passamos num posto de gasolina para abastecer e comprar cerveja que não tinha para vender no Walmart, mas fizemos um erro, compramos cerveja em garrafa, que era proibido no camping, só podia em lata. Oliver teve a idéia de colocar toda a cerveja dentro do saco do chuveiro de camping que compramos no walmart. Mas acabou que nem foi preciso. A fila demorou que só e tava todo mundo empolgado em beber pela felicidade de estar ali. E pela gritaria que estava aquilo, todo mundo tava feliz.

Camping
Quando chegamos foi hora de montar a barraca. Como Ceará já falou, tivemos australianos como vizinhos. Os do lado esquerdo eram mais fechados e não tivemos muito contato, mas Richard (que na verdade é da Tazmânia) e Paul foram muito gente boa e ficamos juntos quase todo o tempo. Paul já começou oferecendo ajuda para armar a tenda porque ele já tinha bastante experiência com isso. No fim das contas depois do primeiro vento que levou a tenda pro chão, armamos novamente entre as nossas barracas e as deles.

Dormir em saco de dormir não foi problema, na verdade até me surpreendi com o conforto, mas pra mim que tenho sono leve me incomodei foi com as festas do pessoal do camping que pareciam nunca ter fim. Oliver, Pera e Ceará não se incomodaram com isso. Mas o maior problema do camping era o banho e não o número 2 como eu imaginava. No primeiro dia pegamos só 40 minutos de fila, mas no segundo foram quase 3 horas. Na nossa fila entraram vários caras de pau e já estávamos muito putos. Tivemos que bater boca com uns caras que simplesmente chegavam conversando com algum desconhecido da fila e ficavam lá. Para fugir da fila no terceiro dia fomos tomar banho 6 da manhã.

Numa das noites acordei com uma gritaria. Nosso vizinho tinha chegado com uma menina na barraca e tinha um sujeito dormindo lá. Travado, o cara tinha entrado na barraca errada e ainda ficou argumentando dizendo inclusive que o nosso carro era o carro dos amigos dele. Depois disso só saíamos de lá com a barraca fechada com cadeado.

O momento mais legal do camping era o café da manhã e as conversas com Paul e Richard. Tinha uma barraca lá que vendia uma salada de frutas deliciosa, com amoras e morangos. O doritos tamanho família e o molho de queijo que compramos no walmart tb complementavam bem.

Shows
Essa é a melhor parte. Com certeza vivi uns dos momentos mais felizes da minha vida vendo os shows do festival. No primeiro dia dei uma passadinha no show do Jets Overhead e fui ver Deer Tick. O show dos caras é muito bom, mas eu tava torrando no sol e não consegui ver até o fim. Fomos todos então ver As Tall As Lions que agradou todo mundo. Queria ter ido ver Avett Brothers, mas como foi no palco descoberto e o sol ainda tava rachando emendei com os caras pro show do Yeasayer. Saí na metade pra ver The Cribs, mas o show tinha sido cancelado por causa dos aeroportos fechados na Europa. Enquanto Ceará assistia She & Him eu descansei deitado na grama e fui ver The Specials. Os caras tão com o show igual ao que faziam nos 70s. Foi muito divertido. Talvez o melhor show do primeiro dia. Vimos ainda Grizzly Bear, passamos no Echo & the Bunnymen e assistimos o show do Vampire Weekend. Fui com Pera e Oliver ver o show da Céu mas a canseira bateu forte e tivemos q voltar pro acampamento pra descansar. Depois me arrependi muito de ter feito isso, porque perdi o show do PIL que todo mundo falou depois que foi muito bom. Ceará e Oliver ficaram vendo Jay-Z.

No segundo dia chegamos mais tarde para guadarmos energia e começamos com o show do Portugal The Man. Showzaço. Os caras ficaram comendo e bebendo e eu fui no Old Crow Medicine Show, passei no Girls e fui ver o Beach House. Uma galera lotou o palco para vê-los, me surpreendi com a quantidade de fãs. Depois corri pra guardar lugar no show do Edward Sharpe. O cara tem a manha do palco, fica conversando com todo mundo. Teve uma hora que ele sem querer derrubou o microfone na testa de um cara e ele tirou a camiseta pra amarrar na ferida. Outra hora ele ficou discutindo com Jade (namorada dele) sobre a próxima música que ia tocar. Jade e a tecladista tb foi para a galera fazer crowd surfing. Depois vi um pouco o show do Tokyo Police Club e do XX, que foi bem morgado. Ainda vimos MGMT e Dead Weather e passei no Devo cansadão antes de voltar pro acampamento.

O domingo que foi o dia do festival né? Fomos para lá para isso. Chegamos na hora do Middle East que aguentei sem reclamar o sol no cucurute. Foi muito lindo e terminaram o show com Blood. Me arrepiei várias vezes vendo aquele show, um dos pontos altos pra mim. Depois ficamos conversando com os Australianos e comendo e fomos ver o Local Natives. Curtimos pra caramba e Pera se interessou e buscar mais coisas dos caras pra ouvir. Dei uma passada no Deerhunter e fomos todos no Sunny Day Real Estate. Pera estava emocionado, não parava de delirar em estar vendo os caras de tão perto. Saí na metade pra ver Yo La Tengo que pra mim tb foi outro ponto alto do festival. Antes do fim do show fui guardar lugar para ver a Charlotte, mas depois me arrependi de ter feito isso, o show atrasou uns 20 minutos e além disso apesar de ser fã, eu confesso que me decepcionei um pouco com o show dela. Achei meio morgado. Depois disso foi a voadora Spoon, Pavement e Thom Yorke. Os dois primeiros vimos de muito perto e com bastante conforto, o último vimos lá atrás. O show do Pavement tá bem parecido com os dos anos 90, Malkmus mesmo disse que se sentiu como se tivesse lá, ficam conversando, fazendo piadas, muito bacana. Thom Yorke fez o momento mais emocionante do festival, tocando Airbag no violão.

O Festival
O clima no festival é muito bom. Mais uma vez os americanos me surpreenderam positivamente por causa da simpatia e educação. Quando eu cruzava olhares com alguém, quase sempre ouvia algo simpático como "como você está?" ou "feliz coachella" e uma vez eu pisei sem querer em uma mochila de uma menina e ela me pediu desculpas por ter colocado ela ali no meu caminho. Quando Ceará espirrou logo veio uma menina dizer "god bless you". Frequentemente também as pessoas chegavam para se apresentar e puxar assunto.

A estrutura é muito boa. Apesar de só ter banheiro químico, eles são muito numerosos e higienizados com frequência. Tem muita opção de comida tb, mas o mais comum é mesmo pizza e cachorro quente. A cerveja eu não achei que compensava, 6 dólares numa Heineken, e só vendia Heineken. E no clima seco e quente que faz em Indio tem q evitar beber muita cerveja, tem q beber muita água senão desidrata mesmo. Quem tem mais de 21 anos ganha um bracelete para identificar na entrada dos Bier Gardens e não pode sair de lá com copo. Aqui é levado muito a sério a lei que proíbe venda de álcool a menores. Com Pera (e sua cara de garotão) uma vez mesmo mostrando o bracelete a mulher ainda puxou pra ver se tava preso mesmo.

Ah, outro lance muito bacana é a grama que cobre toda a área do show e camping. É perfeita: bem densa, geladinha e macia. Ótima pra ficar sentado ou deitado nela.

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